segunda-feira, 25 de julho de 2011

QUEM ABRE OS OLHOS PASSA A ENXERGAR!




      A sensibilidade humana é garantida pelas capacidades 

que lhes são próprias: físicas, mentais, psicológicas... 
Somos dotados de muitas capacidades físicas, 
algumas das quais nem sempre usamos completamente. 
Diz-se que usamos apenas 20% da nossa capacidade
 cerebral e, geralmente o lado esquerdo, mais racional.


   Nossos sentidos, em número de cinco (visão, 

audição, oufato, gustação, tato) nos dão as condições 
básicas para travarmos contato com o mundo. Não 
basta Ter olhos. Sabendo que a visão é um dos 
sentidos que mais usamos, convém que nos 
detenhamos diante da sua realidade e aprofundemos 

sua capacidade e força.

      Afinal de contas, ver é tão preciso que, se tivéssemos que abdicar de algum 

sentido seria tudo, menos ver. Assim não basta ter os olhos é preciso aprender a 
enxergar as coisas. Mas, uma coisa é certa, quem abre os olhos passa a enxegar. 
É preciso ter luz para enxergar. A capacidade de enxergar está sempre 
relacionada às condições reais de luminosidade. Onde há escuridão há menos 
definição daquilo que se vê. Nesse sentido, mesmo que providenciássemos o 
melhor óculos ou a melhor lente de aumento, sem resolver o problema 
básico da falta de luz, não enxergaremos nada, nunca. Por isso, fora, ou dentro 

de nós é preciso ter luz para enxergar.

      “A lâmpada do corpo é o olho. Se o olho é sadio, o corpo inteiro fica iluminado. 

Se o olho está doente, o corpo inteiro fica na escuridão. Assim, se a luz que 
existe em você é escuridão, como será grande a escuridão!” (Mt 6,22-23) 
Intenções no olhar. Grande parte dos nossos desejos são fomentados por 
aquilo que vemos. Porta de entrada, os nossos olhos alimentam todas as 
formas de intenções interiores, sejam aquelas mantidas pela fé, pelo 
afeto, pelos sentimentos, pelas emoções, pelos instintos... A falta de 
autocontrole gera a obsessão. O problema não é o olho, mas as intenções 
que alimentamos com o que estamos vendo. A malícia é um bom exemplo da 

perversão do olhar.

      Mais do que enxergar! A capacidade visual não diz respeito apenas 

ao poder de ver as coisas e identificá-las. Não é apenas uma capacidade 
física. A visão é, também, uma capacidade de interpretar, de entender e 
de se posicionar. Por exemplo, o modo como vemos e como entendemos 

as coisas ou as pessoas é, também, o modo como nos relacionamos com elas.

      Assim, os limites dos nossos relacionamentos estão determinados 

pelos limitados horizontes de nossa visão sobre tudo. Educar nosso jeito de
 olhar. “Se o olho direito leva você a pecar, arranque-o e jogue-o fora! 
É melhor perder um membro, do que o seu corpo todo ser jogado no inferno” (Mt 5,29).
 O jeito de fazer todas as coisas está diretamente ligado ao modo como somos
 nós. Por isso, a questão básica do olhar está, não na auto mutilação e nem tão
 pouco na fuga daquilo que nos provoca ou tenta, mas numa ação positiva que
 busca educar o nosso jeito de olhar. O que estas palavras bíblicas nos ensinam
 não é a auto mutilação, mas a reeducação de um modo de ver que destrói e 
mata. Isso, sim, precisamos jogar fora.


      A fé deve prescindir dos olhos. A nossa fé deve prescindir das capacidades

 dos olhos, para conseguir afirmar as realidades que os olhos não são capazes 
de ver e nem de contemplar. Foi assim com Tomé quando Jesus, depois de 
ressuscitado, se manifestou aos seus discípulos e ele não estava presente. 
Exigiu provas, precisou tocar. Jesus, porém, lhe disse: “Não seja incrédulo, mas 

tenha fé (...). Você acreditou porque viu? Felizes os que acreditam sem ter visto!” (Jo 20,26-29).

                      Quem abre os olhos aprende a enxergar com o coração!

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